O núcleo do espetáculo musical, da gravação do CD e impressão do livro/encarte do CD comemorativos de seus 25 ANOS de trabalho, são as religiões afro-brasileiras com seus rituais de ENCANTARIAS, juntamente com as CHEGANÇAS DE MOUROS estudadas e recolhidas por Mario de Andrade na Primeira Missão de Pesquisas Folclóricas de 1929 no Nordeste do Brasil, contidas no 1º. Tomo da coleção Danças Dramáticas do Brasil. O primeiro passo para o encontro do Anima com o Tambor-de-Mina do Maranhão e com as Cheganças de Mouros do Nordeste é o mito do Rei “ENCANTADO” - Dom Sebastião (1554-1578), seu desaparecimento na Batalha de Alcácer Quibir, no Marrocos (04 de agosto de 1578) e a possibilidade de seu ressurgimento na “Ilha Encoberta”, ou nas “Ilhas Afortunadas”, saindo da condição de “Encantado”, de “Encoberto”, para a condição de “Salvador do Mundo, dos oprimidos e da Nação”, possibilidade esta ainda pulsante no imaginário popular brasileiro. Este legado musical popular brasileiro é a fonte onde origina todo o espetáculo musical de “ENCANTARIA”.


O CD e DVD, DONZELA GUERREIRA, trafega no espaço imaginário entre fronteiras diversas: tradição oral brasileira/música medieval européia; erudito/popular; contemporâneo/histórico; feminino/masculino. Através do diálogo musical entre culturas distantes no tempo e no espaço, o Grupo ANIMA constrói um roteiro dramático, baseando seu repertório em leituras inovadoras da música de Hildegard von Bingen (séc. XII), da música ancestral das mulheres indígenas, das versões iberoamericanas do romance da Donzela Guerreira, das tradições afro-brasileiras do Congado, das Caixeiras do Divino e de cantigas de amigo de trovadores portugueses. Conceitualmente coloca os atributos da DONZELA GUERREIRA como norteadores de seu roteiro dramatúrgico-musical. O espetáculo parte do princípio de que o mito da Donzela Guerreira traça o caminho da experiência humana de conciliação e encontro entre os polos opostos, anima e animus – feminino e masculino - aparentemente irreconciliáveis.

O CD ESPELHO, lançado em 2006/2007, obteve o patrocínio da PETROBRAS. Os arranjos são em sua maioria de autoria coletiva, entretanto convidamos o músico Fernando Carvalhaes para nos auxiliar com a pesquisa de repertório medieval, interpretação desse repertório e elaboração de alguns arranjos. Fernando, cantor, medievalista, professor e compositor, acompanhou todo o projeto ESPELHO, participou de diversos encontros, trabalhando conosco e nos oferecendo arranjos para as músicas da Idade Média desse CD, propostas por ele, como também esteve muito presente em todas as fases de elaboração do CD. Fernando faleceu alguns dias depois de a "master" do CD estar na fábrica, no dia 23 de agosto, na cidade de São Paulo. Não somente os integrantes do ANIMA, mas a música, em especial a música medieval, perderam seu "alter - ego", um grande exemplo e bússola, e um grande amigo de muitos anos de Valeria Bittar e Luiz Fiaminghi. O CD ESPELHO é dedicado ao Fernando Carvalhaes. O espetáculo ESPELHO contou com a direção cênica do LUME TEATRO: Raquel Scotti Hirson e Jesser de Souza; os figurinos e o cenário são de autoria de Márcio Tadeu; o desenho de luz foi elaborado pelo Eduardo Albergaria, do LUME também. As fotos são de autoria de Fernando Laszlo e de Gabriela Bernd e a arte do encarte é assinada por Mickael Jacques, Karla Wanderley e Izabella Del Castillo. A Direção Executiva e, a Produção Fonográfica e a Coordenação do Projeto são de LUIZ FIAMINGHI e de VALERIA BITTAR – AnimaMusica.

 

O CD AMARES, foi lançado em 2003 com o patrocínio do Grupo REDE de Energia Elétrica. O espetáculo AMARES contou com a direção cênica de Lu Favoreto - Estúdio Nova Dança, São Paulo; os figurinos e o cenário foram idealizados pela atriz e diretora Cláudia Schapira e o desenho de luz foi realizado por Fábio Retti. AMARES foi apresentado no Canadá, nos EUA e na Bolívia e em turnê organizada e patrocinada pelo SESC NACIONAL, dentro da série Sonora Brasil. Nesta turnê, o ANIMA apresentou AMARES durante 70 dias em 60 Teatros de capitais, até pequenas comunidades de todo o Brasil. O repertório do CD AMARES contou com 2 composições de Ricardo Matsuda, que desde agosto de 2001 até abril de 2008 trabalhou com o ANIMA, enquanto violeiro. A direção gráfica é assinada por Valeria Bittar e a Direção Executiva, a Produção Fonográfica e a Coordenação do Projeto é de Valeria Bittar e Luiz Fiaminghi.

 

No CD ESPECIARIAS, lançado em 2000, integrou o ANIMA, como violeiro, compositor e contribuindo como pesquisador da tradição oral brasileira, Paulo Freire, que permaneceu no ANIMA de 1999 até junho de 2001. Para a apresentação do espetáculo ESPECIARIAS no Rock´n Rio 2001, contamos com a generosa direção cênica da diretora e atriz Raquel Araújo e os figurinos foram assinados por Neide Fuser. A pesquisa de imagens para o encarte do CD ESPECIARIAS foi realizada por Valeria Bittar junto ao Setor de Obras Raras da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Com este CD o Grupo ANIMA recebeu o V Prêmio CARLOS GOMES, da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, como melhor conjunto de música de câmara, no ano 2000. O espetáculo ESPECIARIAS foi apresentado em várias turnês pelos EUA, Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Colômbia.

 

ESPIRAL DO TEMPO, foi lançado em 1997/1998, do qual participou José Eduardo Gramani, nosso tão querido amigo e um dos fundadores do Grupo ANIMA, juntamente com Valeria Bittar, nos idos de 1988. De 1996 até julho de 1998, o Grupo ANIMA passou a ter 7 integrantes. Convidamos o Luiz Fiaminghi para entrar no Grupo em 1996, como rabequeiro, junto ao lado de “Zé” Gramani. Participou do projeto ESPIRAL DO TEMPO, desde 1993, o compositor e violeiro, Ivan Vilela, que se manteve no ANIMA até maio de 1999. O CD ESPIRAL DO TEMPO, teve a generosa contribuição da artista plástica Marlene Perlingero, que cedeu suas xilogravuras para comporem o encarte do CD. Com este CD ANIMA obteve o Prêmio APCA (ASSOCIAÇÃO PAULISTA DOS CRÍTICOS DE ARTE), no ano 1997, como melhor conjunto de música de câmara e o Prêmio MOVIMENTO, como melhor CD de arranjos instrumentais. Foi responsável pela Direção Gráfica, Direção Fonográfica e Direção Executiva a flautista e fundadora do Grupo ANIMA Valeria Bittar.

O ANIMA participou de outros CD's

Em 1994 o Grupo ANIMA gravou 4 músicas num lindo projeto do José Eduardo Gramani: TRILHAS. Participaram deste CD os Grupos “Trem de Corda”, “Trio Bem Temperado”, “Oficina de Cordas” e o Grupo ANIMA. Todos contavam com o José Eduardo Gramani como integrante e mentor, "inspirador". TRILHAS foi indicado pelo Prêmio Sharp 1996, por melhores arranjos. Este CD está esgotado, após muitas tiragens.

Em 1999 o Grupo ANIMA assinou a direção musical e gravou o CD TEATRO DO DESCOBRIMENTO, projeto musical da cantora Anna Maria Kieffer, realizado por ocasião das comemorações do ano do descobrimento do Brasil.

Em 2004, gravamos o CD CAMPINAS DE TODOS OS SONS, juntamente com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, São Paulo, dirigida na época por Cláudio Cruz. Foram três arranjos de Ricardo Matsuda feitos especialmente para o Grupo ANIMA e para a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas.

O Grupo ANIMA tem gravado ainda o espetáculo realizado dentro do Projeto RUMOS MUSICAIS, em outubro de 1999, lançado pelo Itau Cultural no ano 2000.